Nota da tradutora: Uma perspectiva dos acontecimentos atuais, vistos por um Trabalhador de Luz num kibboutz a 20 kms da Faixa de Gaza.
Um outro toque de sino, uma outra perspectiva:
Partilharei convosco o que sinto neste momento!
Israel, Terra de contrastes!
Um sol cálido, campos a perder de vista do kibboutz, que se fundem no horizonte em direção a Gaza. Os meus amigos trabalham pacificamente nos seus tractores. Por cima, e de modo intermitente, a passagem de aviões e helicópteros carregados ao máximo; no dorso, o crepitar das metralhadoras dos soldados na reserva recrutados recentemente, a treinarem-se na cidade fantasma, a 3 km do kibboutz (cópia mal feita de uma cidade árabe pequena, construída para treino das tropas); no horizonte, o barulho surdo e ritmado da artilharia a cuspir em direcção a Gaza. Há cerca de meia hora, como quase todos os dias depois do meio-dia, o grito da sirene a convidar-nos a refugiar nos abrigos dispersos no kibboutz. As bombas não caem sobre as nossas casas.
Estou atrás do meu muro pequeno, na paz interior, sem julgamento face a este conflito novo. No respeito mais profundo pela escolha de cada um. Com o sentimento que cada um de nós, onde quer que estejamos, se acha no sitio certo, no momento certo. O que lhe acontece nesse instante, pouco importa que ele seja activo ou passivo, combatente ou vítima, é exactamente o que ele necessita para o crescimento da sua consciência. Ele escolheu e criou esse momento, consciente ou inconscientemente.
Não sou um contestatário, alguém que protesta, não! Concebo a minha missão de Trabalhador de Luz, como sendo acender a minha vela, o meu farol na tormenta, com o fim de permitir aos dirigentes dos dois partidos implicados, de verem a situação com mais clareza e de tomarem as melhores decisões possíveis para o bem de todos. Mantenho mais do que nunca no meu coração, esta visão de reconciliação e fraternidade com os meus irmãos e irmãs palestinianos, deixando a Deus o cuidado de permitir este milagre.
Israel criou esta situação e enfrenta-a exactamente como no passado.
Uma analogia surge em mim sobre a maneira como a medicina moderna trata o cancro, com violência: ablação, quimioterapia e radioterapia. Uma medicina cega, sintomática, que luta contra um inimigo exterior com uma tecnologia cada vez mais sofisticada. Resultado: ontem, o tumor no Líbano, e hoje em Gaza!
Sabemos que o cancro, como toda a situação de gangrena, vem de um sistema imunitário muito deficiente, causado, sobretudo, por um modo de vida desequilibrado, mas, acima de tudo, devido às cargas emotivas negativas que provêem de sentimentos de cólera, de desespero, de ódio, de medo, de dor, de frustração, de humilhação, que ficaram latentes e impregnaram o corpo celular num lugar certo e localizado.
Com efeito, só uma terapia suave, natural e holística pode, verdadeiramente, curar o cancro.
O cancro, como diz tão bem Guilaine Lanctot “ é um trampolim extraordinário para atingir uma dimensão mais alta da nossa vida. O nosso corpo encurrala-nos contra a parede para nos incitar a reatarmos o contacto com nós mesmos e a reorientar a nossa existência. É uma oportunidade que ele nos oferece. Devemos agradecer-lhe e abençoá-lo.”
Israel enfrenta um grande desafio: “to be or not to be”; a uma reviravolta e, para ele, é verdadeiramente uma questão de ser ou desaparecer, e sabe-o perfeitamente. O reinado de Bush, o “catalisador” belicoso, está a chegar ao fim. Israel quis ainda aproveitar da sua última bênção. Se Obama se calou, foi de certeza por sabedoria. Por vezes há silêncios mais eloquentes do que as palavras!
Sabemos que chega, com este novo presidente, uma mudança profunda, determinada pela integridade, pela reconciliação, e nós, como músicos, já afinamos o nosso instrumento ao diapasão do divino para participar harmoniosamente na sinfonia da Idade do Ouro…
Regozijemo-nos então e acendamos os nossos faróis com muita intensidade!
De:
Alain Bonet
alainbonet@nana.co.il
traduzido por Maria Luisa Vasconcelos
do site ANJO DE LUZ
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